“O que caracteriza programas é o
fato que são sistemas nos quais o acaso vira necessidade”. Esta passagem foi
retirada do texto Nosso Programa, de
Vilém Flusser, em que o autor conceitua lógica
programática e tenta, através de exemplos e metáforas, explicar tal
conceito ao leitor. Semelhante tentativa foi feita pelos professores em sala de
aula, e bem-sucedida quando relacionada à dinâmica feita no pátio da Escola.
Por outro lado, ao pedirem para
os alunos relacionarem seu objeto representativo com dois outros, as lógicas
finalística, causal e programática confundiram-se para os alunos. As ligações
que surgiram levaram em conta as ordens dos professores (causa) a fim de chegar
num emaranhado de ligações em fita adesiva para posterior análise (finalidade).
Enquanto apresentados os objetos pelos colegas, não relacionei o meu próprio
com nenhum outro, apenas pensava em quais tinham significados interessantes. A
escolha das minhas ligações foi feita somente para realização do exercício, e o
critério utilizado foi a semelhança ou a oposição dos significados: o lençol,
por representar, assim como minha chave, a segurança, o refúgio; e a bolsa, por
opor-se à minha casa (fixa) e mostrar uma ‘casa’ (móvel).
Se falhei em ver o acaso nessas
relações, talvez seja pelo fato de tentar explicar, nesta mesma sentença, a causa
de minha falha. O entendimento do programa e a capacidade de abraçar o absurdo
são exercícios difíceis, quando estamos cercados de outras lógicas diariamente,
e espero, ao fim do curso, conseguir abstrair de tais predeterminações. E sim,
eu vejo a finalidade nisto.
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