sexta-feira, 11 de março de 2016

SOBRE ANIMAÇÃO CULTURAL, DE VILÉM FLUSSER

Em “Animação Cultural”, Flusser aborda os objetos como seres prestes a protagonizarem uma revolução para a tomada de controle sobre as ações dos homens. Este manifesto apresentado pela personagem “mesa” nada mais representa que a já vigente dependência humana nos objetos, desde mesas, sacolas e roupas à tão polêmica internet e seus aparelhos reprodutores. Tal “revolução”, se considerada já em curso, não apresenta significante resistência por parte humana, ideia defendida pelo colega Sávio. Inclusive, a percepção desta realidade é algo pouco recorrente.
Outra característica apresentada no texto, logo em seu início, é a crescente funcionalidade dos objetos e seus efeitos nos homens, os quais procuram facilitar seu dia-a-dia por meio do uso de apetrechos. Isto faz com que os objetos tenham papel de destaque na formação cultural de uma sociedade, principalmente se observados os dias atuais, mas não podem ser os protagonistas pois ainda necessitam do homem para sua inclusão.
Entretanto, esta inversão de papeis desejada pela “mesa” traz um paradoxo, como apresentado pelo Luan: se os homens estão ficando mais dependentes dos objetos e, portanto, mais objetificados, estariam os objetos procurando uma humanificação? Mas o que seria ser humano atualmente, senão seres dependentes dos objetos? Onde estaria a “mesa” querendo chegar com complexa argumentação que não numa posição dependente dos humanos?


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