terça-feira, 17 de maio de 2016

ESTRATÉGIAS DE APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO

PARKOUR


Criado na década de 90 por David Belle e colegas, foi inspirado nos feitos heróicos do seu pai Raymond Belle – um guerreiro socorrista na guerra do Vietnã e herói do corpo de bombeiros de elite de Paris. Seu treinamento visava não apenas o desenvolvimento físico, mas também a formação do caráter de forma a preparar o guerreiro para ser forte para ser útil (Georges Hébert). Parkour é um treino de transposição de obstáculos do seu ambiente, como escalar muros, equilibrar em corrimãos, ou saltar sobre vãos. Porém, mais do que isso, é a incessante busca pelo desenvolvimento da autonomia de nosso corpo e mente sobre os desafios do cotidiano. Busca-se isso através do trabalho de força, resistência, explosão muscular, equilíbrio, determinação, concentração, persistência, entre vários outros atributos físicos e mentais necessários para alcançar o nosso potencial. É também uma forma de desenvolver as capacidades físicas das crianças, de redescobrir o vigor que os adultos acreditavam ter perdido, e proporcionar uma grande satisfação emocional e melhoras nos mais diversos aspectos da vida. O Parkour não é um esporte, ou tampouco um esporte radical. Mais do que isso, busca-se lidar com nosso próprio corpo sem a dependência de acessórios, construir um corpo forte e duradouro, sair da zona de conforto e nos tornar sempre melhores. Melhores para nós e para o mundo ao redor, e não uma busca por riscos ou por adrenalina. Não há regras ou um juiz dizendo o que é certo ou errado, não há competidores fazendo você ganhar ou perder, é uma batalha interna entre você e o ambiente, ou de você contra você mesmo. Apenas você e o seu corpo ditam as regras. Uma atividade rica em experiências e valores para o desenvolvimento do ser humano em seu potencial. A superação de obstáculo treinada no meio físico se transfere para as mais diversas dificuldades que podemos encontrar em nossas vidas – “Eu não sabia que era capaz de fazer isso!” é uma frase comum de se ouvir dos iniciantes que vão descobrindo em suas habilidades um potencial inexplorado. Qualquer um pode praticar, independentemente do tamanho do muro que você consegue subir ou o quão longe pode saltar. O desafio está nos pequenos obstáculos para serem superados, na sua capacidade de enxergar o desafio nos detalhes. Basta ter vontade de superar seus obstáculos, não importa sua idade, gênero ou condição física.

FLANEUR



O termo flâneur vem do francês e tem o significado de "vagabundo", "vadio", " preguiçoso", que por sua vez vem do verbo francês flâner, que significa "para passear". Charles Baudelaire desenvolveu um significado para flâneur de "uma pessoa que anda pela cidade a fim de experimentá-la". Ou seja, um flâneur é alguém que vagueira sem compromisso por uma cidade, alguém que percorre as suas ruas sem objetivo aparente, mas secretamente atento à história dos lugares, observando as pessoas, a arquitetura e os espaços urbanos (e retirando prazer estético nisso). O filósofo Walter Benjamin descreveu o flâneur como um produto da vida moderna, um paralelo com o advento do turismo. Benjamin tornou-se no seu próprio exemplo, observando o movimento social e estético durante longas caminhadas por Paris. De resto, a capital francesa é a cidade por excelência do flâneur. O flâneur é, pois, aquele que observa o mundo que o cerca de maneira real e descritiva, levando a vida para cada lugar que vê. O flâneur descreve (nem que seja mentalmente) as cidades, as ruas, os becos, o mundo exterior. A rua é o seu lar, o seu mundo. Ali nada é estranho ou prejudicial. Na rua ele sente-se confortável e protegido. O flâneur do século XIX representou a angústia da Revolução Industrial. Nos tempos modernos o flâneur confunde-se com o turista mais atento e observador.

ROLEZINHOS


A gíria não é nova. “Dar um rolê” ou “dar um rolezinho” são expressões já comuns em vários espaços urbanos e expressam a prática de passear pela cidade, divertir-se. A diferença dos atuais rolezinhos é que eles estão sendo programados a partir de redes sociais, reunindo centenas (ou milhares) de jovens e dirigindo-se aos shoppings centers. Os rolezinhos começaram a ser chamados por MCs após surgir um projeto de lei na Câmara dos Vereadores de São Paulo que pretendia proibir a realização de bailesfunk na cidade. O projeto foi vetado pelo prefeito Fernando Haddad, mas os rolezinhos não pararam por aí. A maioria desses jovens vive nas periferias das cidades. Ao chegarem aos centros comerciais, eles passeiam pelos corredores e praças de alimentação, paqueram, tiram fotos, cantam e executam alguns “passinhos” utilizados nos bailes funk.
Entretanto, o fenômeno não vem sendo tratado apenas através dos mecanismos econômicos do capitalismo. Do mesmo modo que ocorreu com as manifestações de junho de 2013, a repressão policial aos rolezinhos – e agora também das administrações dos shoppings centers, com sua polícia privada – fez com que o fenômeno tomasse um âmbito bem maior que o inicial, passando a ser um assunto nacional. A preocupação dos administradores está ligada ao fato de os “rolezinhos” possuírem uma grande “potencialidade” de se transformarem em “arrastões”, resultando em furtos aos lojistas dos centros comerciais. Além disso, os administradores desses estabelecimentos argumentam que os rolezinhos colocam em risco a segurança de trabalhadores, lojistas e clientes que frequentam esses locais. Com esses argumentos, alguns shoppings centers conseguiram liminares judiciais para impedir a realização dos rolezinhos, sendo possível a aplicação de multa aos que infringirem a decisão judicial.
Por outro lado, os rolezinhos levantaram um debate intrínseco à estrutura social brasileira, que é a discriminação social e racial. Os jovens pobres das periferias — negros, em sua maior parte — estão sendo impedidos de entrarem coletivamente nos templos de consumo em que se transformaram os shoppings centers. A crítica é que as administrações dos shoppings, com o apoio policial, estão segregando e discriminando social e racialmente esse setor da sociedade brasileira, reproduzindo, dessa forma, o racismo que sempre esteve presente na história do Brasil.


FLASH MOB


O uso do termo flash mob data de aproximadamente 1800, porém não da maneira como o conhecemos hoje. O termo foi usado para descrever um grupo de prisioneiras da Tasmânia baseado no termo flash language para o jargão que estas prisioneiras utilizavam. Ainda nesta época o termo australiano flash mob foi usado para designar um segmento da sociedade, e não um evento, não demonstrando nenhuma outra similaridade com o termo moderno ou os eventos descritos por ele. Assim damos os fatos sem fala e sim por atos.
Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou meios de comunicação social.
Esse tipo de evento quando realizado de forma organizada é bastante impactante, podendo-se usar a dança, mas também muitas vezes se utiliza outros artifícios. Muitos são realizados em forma de protesto ou também para homenagear alguém ou alguma coisa.


http://www.tracer.com.br/parkour/
http://ohomemquesabiademasiado.blogspot.com.br/2014/08/o-leitor-e-flaneur.html
http://brasilescola.uol.com.br/historiab/rolezinhos-discriminacao-social.htm
http://www.mundodadanca.art.br/2011/05/flash-mob-o-que-e.html

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